quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Paralelos arqueológicos



O fabrico de projécteis em chumbo era actividade feita geralmente a bordo, existindo na armaria dos navios moldes para onde se vertia o chumbo derretido – dois desses moldes foram recuperados de contexto de naufrágio, um em bronze, do San Diego, e outro em pedra calcária, de um navio genovês de 1516.

A escumilha – chumbo de dimensão muito reduzida, utilizado na caça – era fabricada deitando-se chumbo derretido através de um coador em bronze, onde se encontravam brasas incandescentes. O chumbo escorria então pelas aberturas do passador – aberturas essas de diâmetro variável, consoante o calibre pretendido - pingando para um balde com água, colocado a cerca de 30 cm abaixo do passador. Como o tempo decorrido na queda não era suficiente para criar tensão superficial suficiente para garantir a formação de uma esfera perfeita, estes projécteis eram ligeiramente ovóides, possuindo uma ligeira depressão no lado menos curvo.

Esta escumilha poderia igualmente ser utilizada em combates corpo-a-corpo, nos espaços reduzidos das embarcações, constituindo metralha. Para complicar a atribuição de um dado calibre a uma determinada arma pessoal, sabe-se que os próprios projécteis de calibre maior poderiam ser utilizados com o mesmo fim, sendo carregados em pacotes como munição para canhões de uso anti-pessoal, como sejam os berços, falconetes, esperas ou esmeris.


publicado por Alexandre Monteiro

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